TÁ TODO MUNDO LOUCO

Observe ao seu redor, análise as pessoas e suas atitudes, a única conclusão que eu chego é que todos são loucos. Pode ser uma ótica minha também,talvez eu só atraia e esteja rodeada por gente assim.

Acredito que a causa desse fenômeno de surtos doentes seja culpa do Mundo em que vivemos, onde está tudo errado, as coisas estão em lugares opostos e a inversão de valores só aumenta a cada dia.

Na casada minha avó Zenaide trabalha uma moça que tem esquizofrenia, um grau pequeno mas tem, e por esses dias minha vovó começo a gritar e fazer gestos e a Nina subiu as escadas e disse:” Ta louca dona Zenaide?”.

Meu pai coitado, em 30 anos que convivência ele insiste em repetir as mesmas histórias com mesmo detalhes , como se tivesse contado para algum estranho que nunca ouviu. Minha mãe meu anjo a pessoa mais abençoada que tenho na minha vida, também tem essa mania e vive dando de louca . Calma gente a minha família é normal, juro.

Mas ontem foi um fato inédito meu amigo vulgo Teixeira me ligou de madrugada e ficou duas horas no telefone discutindo comigo e me questionando porque eu não tinha a intenção de plantar uma árvore na minha vida, e ele ainda bateu o telefone na minha cara, e disse que eu fazia mal a sociedade ( ahh não ele também nunca plantou uma árvore..uahuahuha).

Sem dúvida não posso deixar de citar meus melhores amigos, que ganham em disparada. A mãe do Chepa uma vez pegou uma lotação clandestina que teve que fugir da polícia, ou a mãe da Bete que se matriculou na mesma escola que o filho para vigiá-lo no intervalo, podemos também citar de leve a família da Monique onde para fazer parte da roda tem que tomar whisky se não, você não passa segurança.

Se você não tem gente assim por perto, ligue a TV que lá também está repleto delas.

Nessas horas me pergunto, o que é o normal? Logo penso que todo mundo é louco , apenas existem pessoas que conseguem disfarçar mais que as outras. E sinceramente esse tipo de pessoa é as que eu não quero perto de mim.

GISELE GAZOLLI

Loucos e Santos

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco. Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.